Era uma vez uma menina muito despreocupada. Tão despreocupada que até se “esquecia” de atar os atacadores sempre que saía de casa. Para ela, era “cool” passear com os seus atacadores desatados, ela sentia-se bem em usá-los assim, mas sentia-se tão mal quando os atava, sentia que não era ela, que lhe faltava algo. No entanto, tinha a perfeita noção de que tinha de os atar, tinha consciência de que qualquer dia iria tropeçar e cair. Mas ela não queria saber. Ela sentia-se bem assim, então porquê contrariar a sua vontade?
Pois bem. O dia chegou. Ela tropeçou e caiu. Mas não foi uma queda qualquer. Foi uma queda que a fez sangrar muito - feridas na perna, no braço, na testa - ela sangrava muito. A menina sofreu. As suas feridas, cada vez mais infectadas, causavam-lhe dores de morte, dores infernais quase impossíveis de suportar. O médico pouco fez. Mas a menina não queria saber de médicos. Ela sabia que tinha o melhor médico do mundo sempre do seu lado – o seu irmão. Este dizia-lhe que iria ficar melhor, que iriam passar por aquilo juntos e que ele estaria sempre lá para ela. E era isso mesmo que ela precisava de ouvir - o seu segundo cérebro, sempre pronto para a ajudar. Sempre firme, aguentou, ou melhor, foi aguentando. Mas foram tempos horríveis para a menina. Os primeiros dias custaram-lhe, mas as feridas foram sarando, e ela começou a melhorar de dia para dia. No entanto, as melhoras eram lentas. Ela lembrava-se do quanto gostava de andar de atacadores atados, e que a partir dali, nunca mais poderia andar daquela forma. Isso entristecia-a, mas o que ela queria mesmo era ficar boa. Melhoras Lentas, prolongadas e algumas pendentes - a menina já anda, sempre com os seus atacadores atados. Mas as marcas, essas, continuam lá.
Mª Constança, a gata
Há 11 anos
3 comentários:
Desculpa. Só hoje é que li, mudei de mail e esqueci-me de reencaminhas os comments para o mail novo.
Ana, tu mudaste tanto quanto eu. Eu não me descobri a tempo. Não me descobri primeiro que ninguem. Ainda hoje eu continuo a bater com a cabeça em sitios que já passei, ainda hoje eu continuo a descobrir um novo buraco, uma nova árvore, um novo caminho. Nunca, NUNCA, te queiras descobrir por completo. Eu espero nunca o fazer.
Já imaginaste? Daqui a um ano, estares exactamente igual ao que estas hoje? De feitio, de personalidade, de opiniões, de argumentos... Era terrível.
Temos de nos renovar. A toda a hora, a todo o momento.
É importante. Muda, achas que estás mal? Muda! Achas que estás bem? Muda! Suja as mãos, rasga o vestido novo. Renova-te. Mil vezes. Mas não percas a única coisa que te distingue do resto do mundo. Nunca percas o teu coração. Esse... Tem de ficar para sempre! @
Perecebes, ou não ? @
tropeçei no amor.
tropeçei no amor.
Enviar um comentário